sábado, 7 de abril de 2018

Como EU, acadêmico da área da saúde, posso contribuir para tornar realidade a SAÚDE PARA TODOS?


Camylla Santos de Souza

Sou Camylla Santos de Souza, acadêmica de medicina da Universidade Federal do Ceará e Presidente Fundadora da Associação Acadêmica de Cardiologia. 

Sinto que eu posso contribuir para tornar realidade a SAÚDE PARA TODOS com o exercício permanente, no meu ambiente de trabalho, das seguintes atitudes:

1. Trabalhando em parceria: 
Uma equipe médica – que trabalha em harmonia entre si e aceita inter-relacionar seus conhecimentos com os cuidados de outros profissionais multidisciplinares da saúde – está garantindo ao seu paciente um tratamento mais completo, aumentando o bem-estar deste e as chances de uma recuperação mais rápida. Afinal, o que seria de um indivíduo internado sem o médico para lhe prescrever um analgésico, por exemplo? Sem o enfermeiro para trocar os curativos? Sem o fisioterapeuta para ajudar na reabilitação muscular?

2. Ouvindo outros pontos de vista:
Por que não parar para ouvir o que o seu paciente pensa sobre a doença que possui? Você, como profissional da saúde, pode não acreditar que um chá de “quebra-pedra” seja capaz de curar uma litíase renal, por exemplo, mas, para o seu paciente, consumir o chá pode significar o alívio que ele precisa para seguir com as suas atividades do dia a dia. Lembre-se: toda a conversa – tanto com um paciente iletrado como com um professor catedrático – é uma nova oportunidade de aprendizado. 

3. Estando sempre preparada para mudanças:
Mudanças ocorrem constantemente à nossa volta e saber lidar com elas não é somente uma questão de inteligência emocional: é sinal de competência e uma questão de sobrevivência. Afinal, o quadro de um paciente pode complicar a qualquer momento; o material para um procedimento pode faltar; um colega de equipe pode não vir ao plantão; e nem sempre o medicamento que você prescreve vai estar disponível para o seu paciente no posto de saúde.

4. Chamando para si a responsabilidade:
Uma das principais obrigações que o profissional da saúde deve assumir, no seu exercício diário de trabalho, é a responsabilidade da beneficência, ou seja, de fazer o máximo possível para aliviar o sofrimento do paciente. Ter essa postura, para mim, implica em agir de forma que o doente, já fragilizado pela sua condição, não se sinta em dívida para com o profissional que lhe presta atendimento.

5. Aprendendo com paixão:
Não há dúvidas de que aprender com amor (e amar o que se aprende) contribui muito mais para a fixação do conhecimento do que decorar teorias e fórmulas. O profissional da saúde que recebe de bom grado as oportunidades de aprendizado que a vida lhe oferece passa a ver o seu paciente como um todo e, por isso, torna-se capaz de manejar melhor a enfermidade deste.

6. Ensinando o que aprendi:
Se fui contemplada com a dádiva de ter acesso a um certo conhecimento, por que não compartilhar com as pessoas que precisam dele? Inclui-se aí desde ensinar o colega de trabalho uma técnica cirúrgica ou um medicamento com melhor resultado, por exemplo, como explicar para o paciente no que consiste a doença dele, em termos que o mesmo possa entender. Afinal, quando o bem-estar de outro ser humano está em jogo, atitudes de competição, egoísmo e arrogância não devem existir.

7. Buscando a utilização prática do conhecimento:
De que adianta gabaritar uma prova de cardiologia na faculdade, por exemplo, se, após a formatura, você não lembrar de pedir um ECG para o paciente que chega na emergência reclamando de dor epigástrica? Claro, pode ser uma simples gastrite, ou o resultado de flatulência excessiva, mas também, pode ser algo mais grave, não devendo ser descartada a possibilidade de um infarto. Neste contexto, não pense em decorar tudo apenas para fazer uma prova: aprenda o essencial para cuidar do seu futuro paciente.

8. Pesquisando temas que interligam saúde e comportamento humano:
Qualquer doença contribui para abalar o estado psicológico de um indivíduo; outras tem sua origem em um próprio distúrbio psicossomático; e ainda, há aquelas que, por desequilíbrio físico ou hormonal, geram um comportamento fora do “normal”. Assim, é importante ter sempre em mente que uma ação “agressiva” de um paciente pode indicar desde a simples presença da dor até uma lesão no lobo frontal ou tumor hipofisário, por exemplo. Interpretar a história patológica prévia do paciente também à luz psicológica, tentando entender como este se sente, é obrigação do médico como profissional e ser humano.

9. Compartilhando exemplos de boas práticas na saúde:
Para cuidar bem de seu paciente, é preciso que o profissional da saúde também saiba como cuidar de si. Afinal, ser exemplo de como manter a saúde lhe traz credibilidade como profissional. Um exemplo é o ato de lavar as mãos antes e após examinar um paciente internado: tanto o médico protege o paciente contra infecções oportunistas trazidas de fora do ambiente hospitalar como evita ser, ele próprio, um transmissor de microrganismos para si e para outros com quem entrar em contato.

10. Estando atenta para as tecnologias e inovações:
São inegáveis os incríveis e inúmeros benefícios trazidos pela tecnologia tanto para o diagnóstico complementar como para o tratamento clínico e cirúrgico. Por isso, faz-se tão necessário conhecer a funcionalidade das mais recentes inovações tecnológicas disponíveis e incluí-las, quando adequado, ao tratamento dos pacientes.

Finalmente, somando ao que foi dito acima, vale a pena ponderar que todo profissional da saúde um dia foi ou será um paciente. Neste contexto, deve-se ter em mente a regra de ouro repetida tantas vezes por grandes nomes da história – como Jesus Cristo e Confúcio: não faça aos outros o que não quer que seja feito a você. Trate seu paciente da mesma forma com que gostaria de ser tratado em situação semelhante. Creio que, assim, posso contribuir para tornar realidade a SAÚDE PARA TODOS.

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