Sou Camylla Santos de Souza, acadêmica de medicina da Universidade Federal do Ceará e Presidente Fundadora da Associação Acadêmica de Cardiologia.
Sinto que
eu posso contribuir para tornar realidade a SAÚDE PARA TODOS com o
exercício permanente, no meu ambiente de trabalho, das seguintes atitudes:
1.
Trabalhando em parceria:
Uma equipe médica – que trabalha
em harmonia entre si e aceita inter-relacionar seus conhecimentos com os
cuidados de outros profissionais multidisciplinares da saúde – está garantindo
ao seu paciente um tratamento mais completo, aumentando o bem-estar deste e as
chances de uma recuperação mais rápida. Afinal, o que seria de um indivíduo internado
sem o médico para lhe prescrever um analgésico, por exemplo? Sem o enfermeiro
para trocar os curativos? Sem o fisioterapeuta para ajudar na reabilitação
muscular?
2.
Ouvindo outros pontos de vista:
Por que não parar para ouvir o
que o seu paciente pensa sobre a doença que possui? Você, como profissional da
saúde, pode não acreditar que um chá de “quebra-pedra” seja capaz de curar uma
litíase renal, por exemplo, mas, para o seu paciente, consumir o chá pode
significar o alívio que ele precisa para seguir com as suas atividades do dia a
dia. Lembre-se: toda a conversa – tanto com um paciente iletrado como com um
professor catedrático – é uma nova oportunidade de aprendizado.
3.
Estando sempre preparada para mudanças:
Mudanças ocorrem constantemente
à nossa volta e saber lidar com elas não é somente uma questão de inteligência
emocional: é sinal de competência e uma questão de sobrevivência. Afinal, o
quadro de um paciente pode complicar a qualquer momento; o material para um
procedimento pode faltar; um colega de equipe pode não vir ao plantão; e nem
sempre o medicamento que você prescreve vai estar disponível para o seu
paciente no posto de saúde.
4.
Chamando para si a responsabilidade:
Uma das principais obrigações
que o profissional da saúde deve assumir, no seu exercício diário de trabalho, é
a responsabilidade da beneficência, ou seja, de fazer o máximo possível para
aliviar o sofrimento do paciente. Ter essa postura, para mim, implica em agir
de forma que o doente, já fragilizado pela sua condição, não se sinta em dívida
para com o profissional que lhe presta atendimento.
5.
Aprendendo com paixão:
Não há dúvidas de que aprender
com amor (e amar o que se aprende) contribui muito mais para a fixação do
conhecimento do que decorar teorias e fórmulas. O profissional da saúde que
recebe de bom grado as oportunidades de aprendizado que a vida lhe oferece passa
a ver o seu paciente como um todo e, por isso, torna-se capaz de manejar melhor
a enfermidade deste.
6.
Ensinando o que aprendi:
Se fui contemplada com a dádiva
de ter acesso a um certo conhecimento, por que não compartilhar com as pessoas
que precisam dele? Inclui-se aí desde ensinar o colega de trabalho uma técnica
cirúrgica ou um medicamento com melhor resultado, por exemplo, como explicar
para o paciente no que consiste a doença dele, em termos que o mesmo possa
entender. Afinal, quando o bem-estar de outro ser humano está em jogo, atitudes
de competição, egoísmo e arrogância não devem existir.
7.
Buscando a utilização prática do conhecimento:
De que adianta gabaritar uma
prova de cardiologia na faculdade, por exemplo, se, após a formatura, você não
lembrar de pedir um ECG para o paciente que chega na emergência reclamando de
dor epigástrica? Claro, pode ser uma simples gastrite, ou o resultado de
flatulência excessiva, mas também, pode ser algo mais grave, não devendo ser
descartada a possibilidade de um infarto. Neste contexto, não pense em decorar
tudo apenas para fazer uma prova: aprenda o essencial para cuidar do seu futuro
paciente.
8.
Pesquisando temas que interligam saúde e comportamento humano:
Qualquer doença contribui para
abalar o estado psicológico de um indivíduo; outras tem sua origem em um
próprio distúrbio psicossomático; e ainda, há aquelas que, por desequilíbrio
físico ou hormonal, geram um comportamento fora do “normal”. Assim, é
importante ter sempre em mente que uma ação “agressiva” de um paciente pode
indicar desde a simples presença da dor até uma lesão no lobo frontal ou tumor
hipofisário, por exemplo. Interpretar a história patológica prévia do paciente
também à luz psicológica, tentando entender como este se sente, é obrigação do
médico como profissional e ser humano.
9.
Compartilhando exemplos de boas práticas na saúde:
Para cuidar bem de seu paciente,
é preciso que o profissional da saúde também saiba como cuidar de si. Afinal,
ser exemplo de como manter a saúde lhe traz credibilidade como profissional. Um
exemplo é o ato de lavar as mãos antes e após examinar um paciente internado:
tanto o médico protege o paciente contra infecções oportunistas trazidas de
fora do ambiente hospitalar como evita ser, ele próprio, um transmissor de
microrganismos para si e para outros com quem entrar em contato.
10.
Estando atenta para as tecnologias e inovações:
São inegáveis os incríveis e
inúmeros benefícios trazidos pela tecnologia tanto para o diagnóstico
complementar como para o tratamento clínico e cirúrgico. Por isso, faz-se tão
necessário conhecer a funcionalidade das mais recentes inovações tecnológicas
disponíveis e incluí-las, quando adequado, ao tratamento dos pacientes.
Finalmente, somando ao que
foi dito acima, vale a pena ponderar
que todo profissional da saúde um dia foi ou será um paciente. Neste contexto,
deve-se ter em mente a regra de ouro repetida tantas vezes por grandes nomes da
história – como Jesus Cristo e Confúcio: não faça aos outros o que não
quer que seja feito a você. Trate seu paciente da mesma forma com que
gostaria de ser tratado em situação semelhante. Creio que, assim, posso contribuir para tornar realidade a SAÚDE PARA TODOS.
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