quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Hábitos que fazem bem ao coração




Escrito por Ana Eloísa Melo Novaes
Acadêmica de Medicina e Associada da AAC




Todos os dias, todas as pessoas são agraciadas com 24 horas. É bem certo que o modo como vamos usufruir desse tempo diverge consoante às necessidades e preferências de cada um. No entanto, parafraseando Jane Austen, é uma verdade universalmente conhecida que, a fim de manter a boa saúde do coração (por que não dizer de todo o corpo?), existem alguns hábitos que podem e devem ser praticados por todos. Ficou curioso? Abaixo, listo 10 hábitos que fazem bem ao coração:

1. Praticar exercícios físicos
Sedentarismo é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares! 

2. Controlar o peso 
Falar sobre obesidade transcede discutir protótipos estéticos; a obesidade representa um estado inflamatório crônico e que, portanto, predispõe a uma série de doenças! De igual sorte, a desnutrição também é um fator agressor ao nosso organismo!

3. Educação alimentar
Não há segredos para uma boa alimentação: evitar os alimentos gordurosos (principalmente os que contém gorduras trans e saturadas) e os industrializados, restringir a ingesta de açúcar e sal, moderar o consumo de álcool; preferir frutas e verduras frescas da estação. Uma alimentação saudável supre as necessidades de macro e micronutrientes, melhora nosso humor, pele e fâneros, bem como regula o trânsito intestinal, ajudando a prevenir neoplasias de cólon.


4. Evitar estresse 

O estresse exterioriza-se como dores físicas (cefaléias tensionais, lombalgias), queda de cabelo, envelhecimento precoce, ansiedade, insônia, síndrome de burnout, transtornos alimentares ,entre outros fenômemnos. Internamente, há liberação de mediadores inflamatórios e hiperativação adrenérgica que levam ao estresse oxidativo das células e seus componentes. Por vezes, não podemos mudar os problemas, mas podemos mudar a forma como os encaramos, e isso já faz toda a diferença!


5. Dormir bem 
É  durante o sono que o nosso corpo regenera. Costumo dizer que não há nada melhor do que um bom banho e uma boa noite de sono entre dois dias cansativos. Lembrando que dormir bem (qualidade) não é sinônimo de dormir muito (quantidade)! Aproveitando o tema, vamos ao próximo item da nossa lista:



6. Investigar e tratar a síndrome da apneia obstrutitva do sono (SAOS)
Antes o roncar fosse apenas um incômodo para o parceiro... Na verdade, roncos e (micro)despertares noturnos são um sinal de alerta! Esses pacientes precisam ser investigados e orientados conforme a causa/consequência – quer seja meramente perder peso ou passar a fazer uso de dispositivos mecânicos que ajudam na ventilação durante o sono, quando relaxamos. E o que isso tem a ver com o coração? A SAOS está intimamente relacionada a algumas doenças cardiovasculares, a exemplo da fibrilação atrial (FA) – tipo de arritmia cardíaca.



7. Higiene bucal
Uma boa higiene bucal previne além de cáries, mau hálito, gengivites.. endocardite infecciosa!



8. Parar de fumar
Posso listar +10 motivos para tabagistas pararem de fumar (ou não fumantes nunca começarem a fumar); não encontro uma única justificativa irrefutável para o ato.



9. Check-up médico anual
Ir ao médico (assim como ao dentista) anualmente é fundamental para prevenção e tratamento de doenças, auxiliando inclusive à detectar precocemente afecções silenciosas porém potencialmente graves!


10. Manter o bom humor



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sábado, 16 de dezembro de 2017

Emoções e Coração





Escrito por Rômulo Nascimento Mundin
Acadêmico de Medicina e Associado da AAC





Historicamente, o coração carrega consigo o simbolismo das emoções. Essa construção social aparece inclusive na linguagem de diferentes sociedades e em diferentes momentos, perpetuando-se até os dias de hoje. Mas o coração é o centro das emoções? As emoções positivas e negativas alteram seu funcionamento?

Sabe-se hoje que o centro da emoção é o sistema límbico, que é formado por estruturas cerebrais. No entanto, muito se tem estudado sobre o comportamento e a relação entre as emoções e o coração. As emoções provocam alterações tanto no Sistema Nervoso Central, quanto na liberação de catecolaminas das adrenais, ambos modulando o funcionamento cardíaco.




Biing-Jun Shen da Universidade de Southern acompanhou 735 homens que estavam expostos cronicamente à ansiedade, raiva e medo durante 12 anos e encontrou como resultado a elevação de 30 a 40% de chance do indivíduo sofrer um infarto agudo do miocárdio.

Outro estudo publicado no Columbia Journal of Affective Disorders mostrou que pacientes coronariopatas deprimidos ou ansiosos apresentam o dobro de possibilidade de sofrer um novo infarto em comparação a cardiopatas não deprimidos ou ansiosos. Foi realizado uma metanálise de 20 estudos, totalizando quase 250 mil pessoas, onde mostrou associação entre ansiedade e desenvolvimento de doença coronariana.

Há inclusive descrita na literatura médica a Síndrome do Coração Partido, que ocorre em pessoas que terminaram um relacionamento afetivo, cursando com precordialgia. Pode ser encontrado cardiomegalia e aumento da proteína-C reativa via Interleucina-6, que são processos aterogênicos.




O médico brasileiro Dr. Marco Aurélio Dias, em entrevista, aponta que as emoções negativas muitas vezes podem ser desencadeadas pelo estresse. E esse estresse provem, em geral, de duas fontes: a família e o trabalho. O indivíduo estressado possui uma ativação basal do sistema nervoso autônomo simpático aumentada, levando à sudorese, taquicardia e tremores, podendo contribuir, a longo prazo, para morte por arritmias e infartos cardíacos.




As emoções negativas, como a tristeza e irritação, cursam com uma vasoconstrição periférica, seguida de aumento da pressão arterial e pressão intracraniana. Já as emoções positivas, como alegria e paixão, cursam com a produção e liberação de serotonina, dopamina e outras endorfinas, provendo maior proteção endotelial e, por conseguinte, a proteção do coração.

Apesar de o coração não ser o centro das emoções, ele sofre influências diretas do estado emocional do indivíduo, sendo importante o reconhecimento disso pelo médico e pelo indivíduo para uma melhor qualidade de vida.


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